Como Bronny James teve sua chance é óbvio, o que ele faz com ela é tudo o que importa

“Eu sinto que a única maneira de lidar com a coisa do nepotismo — que definitivamente lhe dá vantagens enormes nesta vida — é, você terá chances de graça, mas as chances não serão infinitas. Então você tem que continuar trabalhando e fazer um bom trabalho. Se você fizer um trabalho ruim, as chances vão parar.”

Pensei naquela citação de Maya Hawke — a atriz que apareceu em “Stranger Things” e muitos outros programas e filmes, e que não tão coincidentemente é filha de Uma Thurman e Ethan Hawke — ao pensar em Bronny James sendo convocado pelos Lakers na quinta-feira. Ele teve sua chance gratuita.

Bronny James foi recrutado porque é filho de LeBron James? Sim.

O Lakers convocou Bronny em grande parte para deixar LeBron feliz e querer voltar? Sim (por mais que eles possam negar).

Rich Paul, agente de Bronny e LeBron, manipulou o sistema da melhor maneira que pôde para levar Bronny ao Lakers, inclusive dizendo a outros times que, se o convocassem, Bronny jogaria na Austrália? Sim absolutamente. (Deve-se notar que os agentes que direcionam seus jogadores para um time específico existem desde que houve um draft, isso não era nada incomum.)

Todas essas respostas “sim” levaram a muita resistência em alguns setores, como se Seleção de Bronny no 55º lugar ameaçava a pureza do basquete.

Isso é ridículo.

Bronny não roubou esta escolha de alguma pobre alma merecedora – esta é a escolha 55, se algum outro cliente em potencial fosse bom o suficiente, ele teria sido escolhido com uma das 54 escolhas antes dele. (A realidade do draft da NBA são poucas escolhas depois de 50 jogarem de forma significativa na NBA.)

Mais importante ainda, o nepotismo é tão americano quanto a torta de maçã, a manteiga de amendoim e a geleia, e dizer que você é canadense quando viaja pela Europa, para não ter que tentar explicar a política americana. Das salas de reuniões corporativas, passando pelos corredores políticos do poder e até os cenários de Hollywood, o nepotismo é uma tradição consagrada pelo tempo na vida americana.

Como Hawke disse acima, Bronny teve sua chance grátis, vamos ver o que ele faz com ela.

O que exigirá paciência. Dos Lakers. Dos fãs do Lakers. Do próprio LeBron.

A carreira de Bronny na NBA não será definida pela forma como ele jogará no dia 12 de julho, quando o Lakers abrir sua campanha na Las Vegas Summer League contra o Rockets. Não será definido pela noite de abertura da temporada da NBA, ou quando ele fizer sua primeira participação lá.

A carreira de Bronny será definida pelos próximos anos, pelo trabalho que ele faz quando não tem ninguém por perto e pelo seu crescimento no jogo.

E precisa haver muito crescimento. Bronny está muito longe de estar pronto para a NBA – até mesmo Bronny e Paul possuem isso.

Os olheiros vão primeiro apontar para o fato de ele ter 1,85 m, não ter as habilidades de manuseio e criação de jogadas para ser um armador, e não ter o arremesso para ser um armador ou ala. Bronny é um atleta plus, tem um forte QI de basquete, defende bem e pode — depois de alguns anos de trabalho duro — se desenvolver no tipo de jogador que pode fazer parte de uma rotação da NBA. Há um caminho, mas é longo e com muitos obstáculos ao longo do caminho.

Bronny merece a chance de ver até onde ele consegue chegar nesse caminho.

Ele simplesmente fará isso sob um holofote diferente de qualquer outro. Ele conseguirá um contrato com a NBA – uma exceção no segundo turno ou o mínimo – e em algum momento desta temporada estará em quadra com seu pai (que é um agente livre, mas retornará ao Lakers).

Jogar pai e filho juntos é um pouco de marketing dos Lakers? Sim. Absolutamente. E por que os Lakers — um negócio de entretenimento que por acaso joga basquete — não deveriam fazer exatamente o que os fãs estão clamando para ver? Não se enganem, os fãs querem ver, o interesse em Bronny durante o processo de recrutamento — em visualizações, cliques, pesquisas no Google e qualquer outra medida que você use — ofuscou todos os outros jogadores da classe. Então a mídia deu às pessoas o que elas queriam, e isso não vai parar.

Bronny está acostumado com esses holofotes, ele não vai deixar que isso o distraia do caminho que tem pela frente.

O que é bom – Bronny sabe que teve sua chance, ele precisa aproveitá-la. Porque se ele não o fizer, essas chances começarão a desaparecer.

Não se trata de como Bronny teve sua chance, mas sim do que ele faz com ela que iremos lembrar.



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